Um cristão em Punjab, no Paquistão, está enfrentando acusações de blasfêmia depois de discutir assuntos de fé com um amigo muçulmano.
O adolescente Ashbeel Baber Ghouri é residente da comunidade cristã em Darsalam, Attock. No mês passado, ele foi expulso da escola após ser acusado de blasfêmia por um colega de classe depois de uma briga.
Quando voltou para casa, Ashbeel foi preso sob as leis de blasfêmia do Paquistão.
De acordo com uma denúncia apresentada à Polícia Municipal de Attock, Ashbeel e o amigo estavam conversando pelo WhatsApp quando o muçulmano encorajou o cristão a se converter ao Islã.
Enquanto os meninos conversavam sobre a poligamia, Ashbeel supostamente insistiu que, segundo o Cristianismo, Deus proíbe casamentos múltiplos e considera a poligamia um pecado.
Em resposta à declaração de Ashbeel, o muçulmano o acusou de denegrir as práticas religiosas islâmicas e de insinuar que Alá permite comportamentos pecaminosos.
Após as falsas alegações de blasfêmia, o diretor da escola dos adolescentes foi informado.
Em vez de investigar o assunto e mediar uma solução entre os dois estudantes, o diretor contactou a polícia e para registar uma queixa contra Ashbeel.
Um vizinho da família de Ashbeel, contou que os meninos eram amigos de infância. No entanto, a discussão sobre religião se tornou um “problema” quando Asbeel manteve o seu compromisso com Cristo.
Consequências legais
Ashbeel foi solto após o pagamento de uma fiança temporária, mas pode enfrentar pena de morte. Segundo o Global Christian Relief, seu caso continua em julgamento, com novos procedimentos judiciais agendados.
Estas acusações transformaram a vida do adolescente e de sua família em um cenário de grandes dificuldades. Eles tiveram que abandonar a casa da família e buscar refúgio em local seguro.
O pai de Ashbeel, o único provedor da família, precisou abandonar o emprego depois de suportar insultos e ameaças de seus colegas de trabalho e empregadores.
Enfrentando adversidades semelhantes, a irmã de Asbeel foi obrigada a sair da escola e abandonar os estudos.
Os suspeitos de blasfémia no Paquistão são geralmente mantidos sob custódia até que o julgamento e os recursos se esgotem. Além disso, a blasfémia contra Maomé, o profeta do Islã, é punível com a morte e a condenação normalmente ocorre com poucas evidências legais.
Com isso, as leis de blasfêmia são frequentemente utilizadas como vingança para acertar contas pessoais ou para resolver disputas sobre dinheiro, propriedade ou negócios. No país, uma única alegação é suficiente para provocar uma multidão que se revolta e lincha os acusados.
O Paquistão ficou em sétimo lugar na Lista Mundial da Perseguição 2024 da Missão Portas Abertas dos lugares mais difíceis para ser cristão.
Publicada por: RBSYS
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