Disco tem trap com toque de psicodelia e participações dos rappers Teto, Brandão85 e Veigh. ♫ OPINIÃO
♪ Matuê é bom de marketing. Ciente de que precisava chamar atenção para o lançamento do segundo álbum, 333, o trapper cearense causou na tarde de ontem, 9 de setembro, ao ficar suspenso em plataforma no Vale do Anhangabaú, no centro da cidade de São Paulo (SP), durante três horas e 33 minutos.
A ação terminou às 15h33m, hora em que o álbum 333 veio ao mundo com 12 músicas, sendo uma, Like this, apresentada como faixa-bônus.
A estratégia funcionou. Todas as faixas do disco ficaram no Top 100 da principal plataforma de streaming, o Spotify, contabilizando cerca de 16 milhões de reproduções em um dia. Com isso, 333 já é o álbum mais ouvido no lançamento no Spotify Brasil. Matuê é bom de marketing e melhor ainda de números.
De todo modo, é difícil dimensionar com precisão o efeito da inusitada ação de marketing do artista nascido Matheus Brasileiro Aguiar em Fortaleza (CE) – onde o atual disco do trapper foi idealizado e gravado – em outubro de 1993, mas criado em Oakland, na Califórnia (EUA).
Por ser o sucessor de Máquina do tempo (2020), disco que há quatro anos impactou a cena brasileira de trap, é provável que 333 tivesse alcançado números superlativos mesmo se tivesse sido promovido com ações convencionais de marketing nas movimentadas redes sociais do artista.
Matuê caracteriza 333 como “o disco da minha vida” e conceitua a audição sequencial das 12 faixas como “jornada de iluminação”. A caminhada tem pontos autobiográficos em músicas como 4tal (colaboração de Matuê com Teto com título alusivo à cidade natal de Fortaleza) e 1993 (ano de nascimento do artista).
O rapper Brandão85 aparece em Isso é sério. Já Veigh é o parceiro de Matuê em Imagine esse cenário, faixa alocada após o tema que abre o disco, Crack com mucilon.
Mais adiante, O som abre atalho psicodélico na jornada enquanto Castlevani abre canal para a espiritualidade com trama de sintetizadores que encorpa o álbum 333 na segunda metade do caminho.
Na sequência, V de vilão escancara a hipocrisia e a violência social do cotidiano, mostrando que, marketing à parte, Matuê tem muito o que dizer para o ouvinte de trap brasileiro.
Capa do álbum ‘333’, de Matuê
Divulgação
Publicada por: RBSYS