Vice-presidente da Rock World, que gerencia o festival, fala sobre perdas com a edição de 2015, reconhecimento do esforço dos fãs de astros e sucesso. Roberto Medina com os filhos no espaço da Cidade do Rock da primeira edição do Rock in Rio, em 1985
Arquivo pessoal/ Roberta Medina
A vida de Roberta Medina se confunde com os 40 anos do Rock in Rio. Filha de Roberto Medina, fundador do festival, e vice-presidente da empresa que promove o evento, ela trabalhou em 22 das 24 edições no Brasil e ao redor do mundo. Ao ponto dela se definir como uma “irmã mais velha” do Rock in Rio.
Em entrevista ao g1, a empresária de 46 anos lembrou da trajetória do evento, de momentos marcantes e revelou um sonho: trazer para o festival Lady Gaga, que cancelou sua participação em cima da hora em 2017.
Roberta diz que tem poucas lembranças do que aconteceu em 1985. As memórias são mais claras a partir da edição de 1991, no Maracanã.
“Eu tenho pouca memória da primeira edição, eu tenho memória de colocar new wave no cabelo, um take da Rita Lee e um take da Nina Hagen. Eu tenho o cabelo azul há muitos anos e o que ficou muito marcado foram os cabelos coloridos”, contou.
Uma das lembranças é a imagem de Roberta e o irmão acompanhados de Roberto Medina no local onde aconteceu a primeira edição do festival. A imagem ilustra esta reportagem.
Roberta Medina diante do Palco Mundo
Cristina Boeckel/ g1
Do início, a vice-presidente da empresa que gerencia o Rock in Rio destaca que as maiores lembranças são os efeitos na família. O evento deu prejuízo e causou problemas. Roberta conta que tinha 7 anos quando o primeiro cheque para pagar os prejuízos dados pelo Rock in Rio foi pago. Ela tinha 16 quando a dívida foi quitada.
“Eu lembro que ele [Roberto Medina] perdeu o prédio na Lagoa, um prédio preto, super emblemático, que ele havia construído para a Artplan. Ele perdeu tudo e ficou pagando ao longo desses 10 anos”, explicou.
Palestra de Roberta Medina no Rock in Rio Academy
Cristina Boeckel/ g1
Ainda assim, ela tinha curiosidade sobre o que movia o pai a seguir em frente.
“Acompanhar o desafio de virar. Eu via as dores e, como filha, não era legal ver isso. E, ao mesmo tempo, tentar entender o que o fazia voltar. Que raio de sonho é esse que o faz voltar, voltar e voltar. E, 40 anos depois, a gente está aqui e a história é outra”.
Hoje o Rock in Rio conta com edições em quatro cidades: Rio de Janeiro, Lisboa, Madri e Las Vegas. O sonho de expansão, em vez da busca por novos territórios, é justamente se voltar para a origem, com a construção do Imagine, um complexo criativo no espaço onde fica a Cidade do Rock. O projeto foi anunciado por Roberto Medina e o prefeito Eduardo Paes pouco tempo antes da edição do festival deste ano.
‘Brazil, I'm devastated’
Dores fortes da fibromialgia tiram Lady Gaga do Rock in Rio
A apresentação de Lady Gaga, prevista para o Rock in Rio de 2017 e cancelada faltando 24 horas para o show, ainda deixa um gosto amargo na boca. A cantora segue está na lista de artistas que o evento tenta trazer para uma apresentação.
“Lady Gaga estamos tentando. Em Portugal, a Pink, que tivemos aqui, mas não conseguimos ter lá. Bruno Mars teve no The Town, mas não teve no Rio”, explicou Roberta.
O cancelamento da cantora norte-americana completou 7 anos e foi motivado por fortes dores. Por meio de uma rede social, ela prometeu voltar.
"Brasil, estou devastada porque não estou bem o suficiente para ir ao Rock in Rio. Eu faria qualquer coisa por vocês, mas eu tenho que cuidar do meu corpo agora. Peço pela bondade e compreensão de vocês, e prometo que vou voltar e cantar para vocês em breve. Me desculpem e eu amo muito vocês", escreveu Gaga na época.
O cancelamento desapontou os fãs que esperavam por uma aparição dela na frente do Hotel Fasano, onde acreditavam que ela se hospedaria.
Fã fantasiada de Lady Gaga chora na porta de hotel
Matheus Rodrigues/G1
Roberta Medina conta que a busca pela presença da cantora também passa pela vontade dos fãs.
“Lady Gaga ainda é um sonho. Acho que é o momento mais frustrante para o público. Uma tristeza, as pessoas estavam na porta. O fã da Lady gaga é um fã que se produz, e muitos não tinham o poder aquisitivo muito forte. Vieram do país inteiro, gastaram uma grana”, destacou.
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Coldplay após a pandemia
Coldplay se apresenta no Rock in Rio 2022
Stephanie Rodrigues/g1
O Rock in Rio de 2022 veio após uma época de incertezas. O festival chegou a ser adiado por um ano por conta da pandemia da Covid. A edição de Lisboa foi adiada pelo mesmo motivo.
Quando a edição aconteceu sem problemas, marcou uma celebração. O show do Coldplay marcou, com mensagens motivacionais e agradecimento.
"Obrigado por estarem aqui na chuva conosco, sendo tão lindos e cantando tão lindamente. Obrigado por superarem o trânsito, a Covid, a chuva, o preço dos ingressos, as filas e todas as merdas que tiveram que superar para virem. Estamos tão gratos e felizes. Estou limpo agora, sendo lavado e me sinto bem", afirmou o vocalista Chris Martin para o público do festival.
O show, inclusive, foi considerado o melhor de 2022 pelos leitores do g1.
“Acho que vivemos um momento histórico em energia e potência com o Coldplay em 2022. E, mais do que um show, a edição de Lisboa. A sensação de poder estar junto não tem um show que supere a energia e essa sensação de estar fluindo, ao vivo, com a galera. Nada é mais forte”, disse Roberta.
Publicada por: RBSYS